quinta-feira, 7 de julho de 2011

"JEANNIE LONGO"

“Minha mãe esquiou até os 80 anos” Fonte Site - http://www.prologo.uol.com.br/

Jeannie Longo, aos 52 anos, comenta a conquista do seu 58º título francês


Jeannie Longo, 58 vezes campeã nacional
Por Fernando Bittencourt

A francesa Jeannie Longo, de 52 anos, venceu seu 58º título nacional no último dia 23 de junho e concedeu ao jornal espanhol AS uma entrevista comentando sobre a prova, entre outros assuntos, nesta longa e vitoriosa carreira. Confira

AS: Você conquistou recentemente o contrarrelógio no Campeonato Francês, seu 58º título nacional.
Jeannie Longo: Estou contente, porque o contrarrelógio é uma das poucas categorias que eu disputo atualmente. É muito gratificante poder vencer novamente. Esta é minha vitória de número 58 e eu nasci em 1958, o que pode ser um sinal.

AS: Você pensa em reduzir sua participação nas competições?
JL: Sim, claro, por uma questão de idade. Aos 52 anos não posso mais fazer o mesmo que fazia antes. Continuo treinando bastante e disputo pequenas provas de três ou quatro dias, perto de minha casa nos Alpes ou nos Estados Unidos.

AS: Acreditava em uma nova vitória?
JL: Sim. Eu acreditava porque fiz uma preparação intensa para vencer, mas neste ano tive uma dura disputa e as meninas vieram para cima com tudo

AS:Você se sente sem concorrência?
JL: Não. Onível mundial é muito bom e é muito difícil ganhar. Na França não é diferente, mas lhes falta um pouco de regularidade, sobretudo às jovens, apesar de serem adversárias duras.

AS: Você tem o objetivo de chegar aos 60 títulos nacionais?
JL: Não é um desafio para mim. Se eu conseguir será algo maravilhoso, mas prefiro viver meu presente e não um hipotético futuro. Não tenho agora um plano particular para minha carreira.

AS: Qual o seu segredo para manter a longevidade no esporte?
JL: Meu segredo é a seriedade, o que é o mais difícil. Muitos atletas conseguem ser sérios durante um ano ou dois, mas durante toda a carreira é muito difícil. Tenho lido muitos livros sobre cantores, atores e atletas. E os que perduram são os que levam a seriedade como valor em todo momento. Às vezes, é difícil, já que acabamos saindo muito pouco e vendo pouco nossos amigos, mas é um sacrifício a ser feito para quem deseja vencer. Por este motivo agora não faço mais tantas corridas, para aproveitar meu tempo livre.

AS: A alimentação deve ser bem regrada, não?
JL: Sim, mas o importante é a qualidade dos alimentos. Consumo muitos alimentos orgânicos, produtos frescos e legumes. É necessário ter uma alimentação equilibrada e não exagerar.

AS: Treina muito?
JL: Depende. Se estou próxima de uma competição, treino quatro horas por dia, tanto para contrarrelógio como para montanhas. Às vezes treino com meu marido, mas também treino sozinha. Com a idade, não treino mais como antigamente, quando treinava todos os dias. Agora, com a idade, escuto meu corpo.

AS: Seus pais também praticaram esportes com idades bastante avançadas?
JL: Meus pais se conheceram praticando esportes. Minha mãe jogava basquete e corria um pouco, já meu pai era corredor. Minha mãe chegou apraticar esqui até os 80 anos e meu pai subiu ao Mont-Blanc aos 75. Temos bons genes, mas também devemos muito à nossa educação. Minha mãe me acostumou a comer bem desde cedo, por exemplo, e tenho irmãs maiores que sempre praticaram muitos esportes.

AS: O que espera do próximo campeonato francês de pista, a partir de sexta-feira?
JL: Não muito. Há três meses não treino em pista e não sei se estou em condições para obter um bom resultado.

AS: Irá aos Jogos Olímpicos de Londres em 2012?
JL: Não sei. Estou refletindo se participarei das provas de classificação para Londres. Ao final do verão decidirei isso com calma, porque terei que trabalhar duro a partir do mês de outubro.

AS: É uma decepção em sua vida não poder ter tido um filho?
JL: Sim, pois me vejo com o espírito materno, mas não pude ter um filho. É uma decepção, mas isto me possibilitou ter seguido uma carreira esportiva mais intensa. Se eu tivesse um filho, tenho a certeza absoluta de que não poderia ter seguido com o ciclismo, pois as duas coisas para mim são incompatíveis.

AS: Como você tem visto o Tour de France 2011?
JL: Conheço bem os atletas e com certeza um belo espetáculo ainda está por vir. Tenho o Contador como meu favorito, mas sei que os irmãos Schleck darão muito trabalho. O contrarrelógio de 42 quilômetros do penúltimo dia será uma etapa curta, porém difícil. Muitas surpresas poderão acontecer durante a prova e isso seria bom para o espetáculo.

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