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Amy Marsh vence entre as mulheres. Manocchio (2º) no masculino e Ariane (3º) no feminino são os melhores brasileiros.
Amy Marsh vence entre as mulheres. Manocchio (2º) no masculino e Ariane (3º) no feminino são os melhores brasileiros.
Sturla cruza linha de chegada - Foto: Divulgação
Até últimos instantes, não se sabia quem venceria a prova. O duelo estava entre Guilherme Manocchio e o argentino Eduardo Sturla. A disputa entre aquele que poderia dar a tão sonhada vitória ao Brasil no masculino e aquele que poderia se tornar o maior recordista do trajeto com quatro títulos.
Os dois colocaram um ritmo muito forte no ciclismo e, juntos com o argentino Oscar Galindez, assumiram a liderança a partir da metade do trajeto de bike – antes, Luiz Ferreira Paiva, o Chicão, era quem estava na dianteira, muito beneficiado pelo ótimo tempo da natação (43min55s, quase seis minutos à frente de seus concorrentes).
Assim que assumiram a liderança, Manocchio e Sturla começaram a colocar vantagem em cima de Galindez, que é um exímio ciclista. Mas a marcação do brasileiro foi só até o km 120. O argentino aumentou o seu ritmo – em um momento em que o vento começava a castigar os triatletas – e abriu mais de cinco minutos de vantagem para Guilherme até entregar a bike na transição...
Foi na maratona que a emoção tomou conta do Ironman Brasil. A cada parcial divulgada, mais essa vantagem ia caindo. O que eram cinco minutos se tornava quatro. O que eram quatro se tornava três e assim regressivamente. Na metade da corrida, a progressão era a de que Manocchio e Sturla estariam lado a lado próximo a chegada e a previsão se confirmou.
Faltando cinco quilômetros para o final, os dois estavam separados por poucos segundos – a diferença era visual. Ela se manteve até o km 40, quando o argentino acelerou um pouco e Guilherme não conseguiu acompanhar. Com 8h15min03, Sturla conquistou o seu quarto Ironman Brasil e se torna o maior vencedor da prova.
“Foi um dos meus melhores momentos da carreira ao lado do top 10 no Havaí”, disse o argentino após a vitória. “Eu abri muita vantagem no ciclismo, mas fiz força em demasia. Sofri demais na corrida e via o Manocchio se aproximando. Não foi uma vitória do físico. Foi uma vitória da força de vontade que eu tenho. No final, tirei mais do que meu corpo agüentava e consegui. Se tivesse mais 100 metros, eu não agüentaria”, completou.
Apesar da segunda colocação, Manocchio sai muito feliz pelo resultado (8h17min20s) e por ser o melhor brasileiro. “Eu tinha confiança de que eu seria top 5 aqui. Sei que tem muita gente boa treinando, mas eu tinha a certeza disso. Eu sai para a corrida respeitando o meu corpo até a hora em que me falaram que eu estava a 1min30 do primeiro. Falei ‘dane-se’ e fiz o máximo que eu pude. Em uma hora, eu achei que ia ganhar, mas o Sturla é experiente. No final, ele começou a acelerar muito o ritmo. Ficou uma loucura e eu comecei a sentir dores na perna e cãibras e tive de diminuir a velocidade”, comentou o brasileiro.
A terceira colocação ficou com o argentino Ezequiel Morales, que, assim como em 2010, se destacou pela corrida. “Eu fiz bem a natação, mas o vento na segunda volta do ciclismo me complicou. Quando deixei a bicicleta, estava 16 minutos atrás e sabia que era difícil. Ainda assim eu sai forte para correr e tirei um bom tempo”, declarou.
Apontado por muito como o favorito a prova, Santiago Ascenço terminou na quarta colocação com um pouco decepcionado. “Valeu a experiência de fazer mais um Ironman, que é uma prova que exige isso de você. Hoje eu fiz a mesma prova que em 2010, cheio de altos e baixos. Em alguns momentos, pensei em parar. Em outros, eu acelerava e acha que dava para ir buscar”, revelou o goiano, que chegou nove segundos à frente do australiano Chris McDonald.
Ainda na categoria masculina, mas entre os amadores, o destaque da prova foi Ciro Violin. O triatleta de Leme, no interior de São Paulo, fez um bom pedal, tendo deixado a bike na terceira posição entre os competidores fora da elite. Com uma corrida firme, passou o belga Benoit Bourget no final e ficando com a honra de ser o melhor amador.
Entre as mulheres, a vitória ficou com a Amy Marsh, que cruzou a linha de chegada com 9h09min39s. A norte-americana começou a controlar a prova a partir do ciclismo e manteve o ritmo progressivo até o final da competição, sempre abrindo vantagem para a segunda colocada Lucie Zelenkova – que dominou a primeira parte da competição de saiu exausta da prova, tendo desmaiado assim que cruzou a linha de chegada.
“Foi fantástico e me sinto feliz pela vitória. Foi muito difícil, mas a natação foi a pior, pois eu fiquei um pouco encaixotada. Na saída para o ciclismo eu já comecei um trabalho muito forte e soube como controlar na corrida”, disse Amy, que tem como objetivo alcançar um lugar entre as dez primeiras no Havaí.
A melhor brasileira da prova foi Ariane Monticeli, que chegou na terceira colocação e cumpriu a meta de chegar entre no top 3 – como revelou em entrevista para o Prólogo durante a semana. “Ainda não caiu a ficha. Acho que vou curtir amanhã. O que eu mais quero é tomar um banho, pois estou morrendo de frio (risos). Depois do banho, vou abraçar meus amigos e minha família”, comentou a triatleta depois da prova.
A quarta colocação ficou com a norte-americana Hillary Biscar, que cruzou com o tempo de 9h35min05s. Em seguida chegou Ana Oliva, a melhor amadora da prova, mas quem ficou com a quinta posição na elite feminina foi a lendária Fernanda Keller.
Resultado Final – Elite Masculina
1) Eduardo Sturla (ARG) 8h15min03s
2) Guilherme Manocchio (BRA) 8h17min20s
3) Ezequiel Morales (ARG) 8h21min40s
4) Santiago Ascenço (BRA) 8h26min15s
5) Chris McDonald (AUS) 8h26min24s
Resultado Final – Elite Feminina
1) Amy Marsh (EUA) 9h09min39s
2) Lucie Zelenkova (CZE) 9h16min14s
3) Ariane Monticeli (BRA) 9h19min15s
4) Hillary Biscay (EUA) 9h35min05s
5) Fernanda Keller (BRA) 9h49min54s
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